quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Minha coleção de fracassos.

Guardo todos os meus fracassos com muito zelo. Alguns, os mais importantes, embrulho em saco bolha e escondo no fundo do armário para não comover mais ninguém. Outros, exibo pela casa como enfeite. Na mesinha de centro da sala, na  varanda, nas prateleiras do corredor junto às fotos de família. No banheiro, nos quartos. Alguns ainda estão emoldurados, pendurados como quadro pelas paredes. E também tenho medalhas. Minha coleção de fracassos.
Daquela vez que não acertei o dever de casa mais estúpido. Ou quando perdi no teste de química para o qual estudei durante todo o mês noite e dia. Quando não me chamaram para o emprego dos meus sonhos. Quando cheguei quase perto de conquistar alguém, mas estraguei tudo. Quando escolhi o caminho mais fácil por medo de falhar. 
Entre, fique a vontade. Sou um museu de fracassos. Será que existe algum maior ou até nisso fracassarei? 
Mas não se comova, já me comovi o bastante. Hoje, me apeguei. Caminho pela casa e lembro de cada dia como se fosse ontem. De quando era criança e pesquei do colega porque esqueci a música na apresentação. Ou quando estraguei tudo em uma boa oportunidade acadêmica. Quando não aguentei mais e quis morrer. E de quando fracassei até nisso e voltei atrás pedindo pra viver. 
Agora os tenho com muito carinho. Os respeito e, as vezes, nos dias bons, até os amo e agradeço por alguns. Tiro a poeira para que eles brilhem e encantem. Não permito que ninguém mais os toque. Por favor, permaneçam atrás da linha. Não precisam admirar tão de perto assim... São meio dolorosos. 
Feios
Desfocados.
Medrosos.

Mas são tudo que tenho. 
 

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