terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

O bloco dos que não sabem o que fazer da vida

Eu já quis ser um monte de coisa. Já quis ser cientista, bióloga, escritora, professora. Já quis viver viajando, ser empresária, editora e usar terninho e salto alto. Advogada, médica, atriz premiada.
Quis ser de tudo um pouco mas hoje eu já não sei.
Eu ainda não sei o que quero ser quando crescer e o problema é que eu já cresci.
A gente acha que lá nos 20 e poucos a gente vai tá com a vida toda certinha. Estagiando, quase se formando, com a cabeça cheia de projetos e planos. E talvez até esteja, se você for muito sortudo e decidido. Mas o resto de nós ainda tá por aqui meio perdido. E eu, que achava que a essa altura já teria tudo resolvido, nunca pensei que seria tão difícil escolher o que gosto de fazer.
E aí bate um desespero, sabe? Alguém te pergunta "onde você se vê daqui 10 anos?" e você fecha os olhos e tenta, tenta, tenta, mas dá um branco. E um frio na barriga. Eu já quis largar tudo e fazer outra coisa umas quinze vezes e sei bem que muitas outras virão por aí. E não sei vocês mas olha que eu adoro o que eu faço agora. Eu só não sei o que fazer daqui a 10 anos.
É, eu tenho uma infinidade de coisas que posso fazer. Eu até tô gostando de trabalhar com algo meio nada a ver. Mas será que é isso mesmo? E seus amigos te falam que você daria uma ótima _________. Ou que você devia seguir o seu sonho de ser um _____________. Mas você, por algum motivo, abre um sorriso meio amarelo, desvia o olhar e dá de ombros. Porque às vezes eu me acho um tanto burra pra ser professora ou que eu não tenho lá tanto talento pra ser escritora. E cinema? Prefiro não pensar porque aí bate a décima sexta vontade de largar tudo. É por aí, né?
Como é que a gente sabe qual caminho a gente deve escolher? Como a gente vai ter certeza que seria uma boa ideia se jogar naquela ideia maluca que deu na gente e que quase ninguém pareceu entender? E aí a gente vai alimentando uma ansiedade faminta e uma depressão que tá devastando cada vez mais e mais jovens pelo mundo. 
Passamos a vida tentando aprender um monte de fórmula de física e matemática e química que a gente nunca vai usar mas a porcaria da fórmula-o-que-fazer-da-vida ninguém mostra como encontrar. Vai ver que ninguém sabe, afinal.
Porque eu acho que a verdade é mesmo essa: a gente nunca sabe. E eu até cheguei a achar que talvez, lá nos 30, a gente finalmente descubra, mas um amigo da casa dos 30 falou que por lá ninguém sabe também.
Então esse é o bloco que vou soltar na rua e acho que só vai dar nós! Todo mês vai ser esse nosso Fevereiro.
Mas por hora eu quero só companhia pra ir beber uma cerveja no nosso Carnaval e dançar pra esquecer esse dilema. Por hora, "a única coisa que você precisa ser aos 23 é você mesmo".
terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Conexão em Campinas e não perca seu tempo lendo isso

Hoje eu fiquei o dia inteiro no aeroporto. E não foi uma tentativa de relembrar meus tempos de criança quando meus pais traziam eu e meus irmãos para vermos os aviões decolando e pousando enquanto a gente comia pipoca – meu irmão queria ser piloto. Mas não. Eu fiquei no aeroporto porque meu voo atrasou. De 11h pras 16h. E eu nem ao menos sei o porquê. Acho que foi por causa do tempo e tal. E aí eu perdi a minha conexão que depois me levaria direto para onde eu queria ir e me colocaram num voo que faria mais uma escala no interior de Santa Catarina. Me deram um voucher pra eu poder gastar trinta e cinco reais no Bob’s e eu fiquei me perguntando quem é que gasta tudo isso no Bob’s. Mas eu nem gastei porque confesso que preferi comer um BK. E aí quando cheguei em São Paulo 20h pra fazer a conexão e pegar esse maldito voo tava uma chuva da porra, o céu trovejando, dava pra ver o raio caindo e eu me caguei toda – modo de falar. Eu morro de medo de avião, sabe? E aí eu pedi pedi pedi pra alguém me colocar em outro avião porque meu Deus eu não queria decolar no meio dos raios e não queria ter que fazer outra parada e depois decolar de novo pra poder chegar finalmente no Rio Grande do Sul. A crise de pânico atacou e eu chorei no aeroporto mesmo na frente de todo mundo enquanto eu implorava por outro voo. Consegui, afinal. Um voo direto pro sul às 22h45 e agora já são 21h40 então provavelmente esse texto vai acabar já já. Mas foi bom porque eu ganhei outro voucher – não tinha comido no Bob’s – pra comer no Spoleto – aqui nesse aeroporto não tem Bob´s. E eu nunca comi no Spoleto então me animei porém depois percebi que não tinha que ter me animado tanto assim... Mas o folhado de creme que eles me deram pra completar o valor de trinta e sete reais do voucher estava uma delícia. E aí eu me presenteei com um chocolate quente do starbucks porque eu sou bastante hipster mesmo.
Mas o que eu gostei são dessas cadeiras onde estou sentada nesse momento. Tipo aquelas cadeiras-cama pra gente tomar sol na praia. Muito confortável. E tem tomada ao lado onde posso carregar meu celular e meu computador pra fazer a segunda parte da viagem enquanto vejo Harry Potter e a Câmara Secreta mais uma vez. E tentei dormir mas tenho medo de perder o voo e meu pai me matar. Também recebi um email que me deixou muito feliz. E na falta do que fazer escrevi esse texto pra ver se meu tempo passava mais rápido – desculpe se você chegou até aqui e perdeu seu tempo com esse texto nada a ver.
21h48. Nada desse embarque começar e tá um frio aqui.

Assim que eu voltar pra Salvador quero ir pra praia... Essa cadeira é muito legal.
quinta-feira, 11 de agosto de 2016

A Mulher Que Passa Na Praça

Não sabia ao certo quem era, mas ela passou por mim singelamente. Te digo que eu estava apenas sentada no banco velho da biblioteca velha, tentando achar algo novo que nascesse naquele jardim em minha frente. Mas ela surgiu pisando em todo o verde que inteirava minha visão. Aquela mulher desconhecida e distante, coberta por um discreto vestido longo e por uns cinquenta anos. Pisava no meu verde com um pisar qualquer, um passo comum e um andar desinteressante. Ela deve ser sozinha, pensei comigo e meus pensamentos mais insensíveis que me fazem companhia e ri por fim. Te digo que você não se atrairia por ela e pode confiar em mim.


Veja, preciso escrever o quanto ela não nos faz querer escrever sobre ela. Preciso contar o quanto ela não nos faz querer contar sobre ela. E acho que você já me entendeu, não é mesmo?


Você não vai querer escrever sobre o peso que ela pode carregar nas costas e que esconde em uma aparência indiferente enquanto atravessa aquele pátio quilométrico abaixo de um calor que passa dos trinta e cinco. O que os cadernos dentro de sua bolsa revelariam sobre a mulher que passa na praça? Textos melancólicos sobre uma vida perdida. Saudades de um amor que se foi. Contas matemáticas com pura irracionalidade que nós nunca entenderíamos. Ou até aquela receita do bolo de fubá que a avó dela fazia antes de morrer. Poderiam ser tantas coisas... E eu poderia perguntar o que você acha que teria ali dentro mas eu sei que nada irá achar. Nem de pensar e nem de encontrar. Porque eu nunca perguntaria sobre algo tão insignificante para você me responder que não se importa.


E, alheia ao meu olhar em cima dela, ela continuava a andar. Sem beleza e sem charme. Sem corpo e sem postura. E sabe-se lá se tinha um coração também. Mas ela seguia seu caminho livre e solta das faltas de vontade dela. Não foi musa de Manuel Bandeira e nem foi como Julieta para algum Romeu. No entanto, ainda andava com um pé na frente do outro mesmo que com a postura um pouco torta. Ajeita a coluna, minha senhora! Quis gritar e fazê-la ouvir, mas me contive. Vai que ela percebesse que alguém a observava? Se acharia importante e atraente, provando da mais doce ilusão. Mas, mesmo com a coluna torta, ela continuava a trilhar sua estrada como eu, como você e como todas as outras pessoas que ali caminhavam.


De onde vinha? Para onde iria? Largue o filosófico e vamos para algo menos complexo mesmo. Saía da aula? Iria para casa? E como vai e por que vai e o que vai fazer quando chegasse lá, em algum lugar? Eu, certamente, continuarei aqui, sentada nesse banco velho dessa biblioteca velha, procurando algo novo que nasça nesse jardim. Sem vontade de contar sobre ela e sobre a rasteira azul marinho que ela usava nos pés enquanto seu longo ia arrastando na grama.


Mas a mulher não se preocupava. Apenas caminhava, e ia continuar caminhando até sentar em um carro ou uma parada de ônibus qualquer, ainda que estivesse continuando seu caminho. Trilhando, seguindo, fazendo sua história sem saber que sua história não interessaria a ninguém. E que ninguém nunca irá escrever sobre como ela continuava a seguir sem se preocupar com quem não se preocupava com ela.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Pretérito perfeito composto do indicativo

...Ouvi dizer que ele tem pensado em refazer a vida. Largar o emprego, mudar de endereço e comprar roupas novas. Tá cansado, eles me disseram, quer fazer coisas diferentes.
Eu, particularmente, achei ótimo. Renovar é muito bom, pensei com meus botões. Eu também tenho pensado em viajar e conhecer novas pessoas, novos lugares, novos problemas. Mas eu ando um pouco sem dinheiro e preciso economizar porque o aluguel, no mês passado, ficou mais caro.
Aí ontem, conversando com a Flávia na mesa do bar - que parecia mais uma sessão de terapia com tantos aqueles desabafos de falta de dinheiro amor orgasmos e coragem pra largar o cigarro -, ela tava me contando que tem andado muito irritada com a colega de quarto dela porque ela não tem lavado os pratos e nem ajudado a limpar a casa e você conhece a Flávia e o quanto ela é maníaca por organização e eu nem julgo ela porque, porra, a criatura tem que colaborar, né. E ela disse que tem brigado muito com o namorado também porque ele tem tentado segurar ela dentro de casa e reclamado demais quando ela sai com as amigas pra ir tomar uma cerveja depois do trabalho e então ela tem pensado em largar ele de mão e seguir a vida. Mas não sei se vai largar mesmo, só tem pensado. Engraçado o quanto a gente fica pensando em fazer várias coisas e no final a gente não faz nada, né? Tenho pensado nisso. Nisso e em largar a minha faculdade também porque ela não me agrada mais. E eu tenho pensado em largar ela há meses, você sabe. Mas cá estou eu, ainda pensando. Ainda cursando. Ainda tenho me irritado e me chateado e me decepcionado e tido vontade de largar tudo e ir embora começar tudo de novo em outro lugar. Meu primo também, aquele lá de Ilhéus, tá passando por isso. Ontem ele me ligou perguntando como era viver aqui, porque ele tem juntado uma grana pra poder se mudar e tem procurado saber melhor sobre as outras cidades e oportunidades. Ele tem estado bem triste lá, tomando uns antidepressivos porque os pais dele têm ameaçado expulsar ele de casa porque descobriram que ele é gay e já faz uns meses que ele tem pensado em se picar mas ele ainda tá lá.
E eu fico me perguntando quanto tempo mais falta pra gente se libertar desse passado que continua acontecendo e chegar lá no futuro, sabe? E uma vez eu tava ensinando português para uma alemã, eu acho que era uma alemã, não lembro direito, Maria o nome dela... Então, eu estava ensinando o pretérito perfeito composto do indicativo. Esse aí, que a gente usa quando algo começou lá atrás mas ainda continua acontecendo. Tenho pensado, tenho tido, tenho andado e blá blá blá. E quando ela, enfim, entendeu, ela sorriu e falou "ah, eu não sei usar isso, e nem quero... eu não vivo o passado." E eu achei isso incrível, você não acha?
Tanto passado de merda que a gente segue vivendo quando a gente devia mesmo era deixar lá atrás e seguir a vida...
quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Minha coleção de fracassos.

Guardo todos os meus fracassos com muito zelo. Alguns, os mais importantes, embrulho em saco bolha e escondo no fundo do armário para não comover mais ninguém. Outros, exibo pela casa como enfeite. Na mesinha de centro da sala, na  varanda, nas prateleiras do corredor junto às fotos de família. No banheiro, nos quartos. Alguns ainda estão emoldurados, pendurados como quadro pelas paredes. E também tenho medalhas. Minha coleção de fracassos.
Daquela vez que não acertei o dever de casa mais estúpido. Ou quando perdi no teste de química para o qual estudei durante todo o mês noite e dia. Quando não me chamaram para o emprego dos meus sonhos. Quando cheguei quase perto de conquistar alguém, mas estraguei tudo. Quando escolhi o caminho mais fácil por medo de falhar. 
Entre, fique a vontade. Sou um museu de fracassos. Será que existe algum maior ou até nisso fracassarei? 
Mas não se comova, já me comovi o bastante. Hoje, me apeguei. Caminho pela casa e lembro de cada dia como se fosse ontem. De quando era criança e pesquei do colega porque esqueci a música na apresentação. Ou quando estraguei tudo em uma boa oportunidade acadêmica. Quando não aguentei mais e quis morrer. E de quando fracassei até nisso e voltei atrás pedindo pra viver. 
Agora os tenho com muito carinho. Os respeito e, as vezes, nos dias bons, até os amo e agradeço por alguns. Tiro a poeira para que eles brilhem e encantem. Não permito que ninguém mais os toque. Por favor, permaneçam atrás da linha. Não precisam admirar tão de perto assim... São meio dolorosos. 
Feios
Desfocados.
Medrosos.

Mas são tudo que tenho. 
terça-feira, 28 de abril de 2015

Só vim conferir se está tudo bem.

Parei meu carro em frente ao prédio dela. Não por questões de perseguição, tenha dó, mas sua rua acabou por cruzar meu caminho para um novo bar que abriu e lá estava ela. Andando pela calçada entre as sombras da luz fraca, acompanhada de seu cachorro. Não pude evitar. Eu, que há anos não a via e nem sobre ela ouvia falar, não pude evitar assisti-la por alguns instantes e ver que ela está bem. Sempre gostei do seu caminhar, afinal, e da forma que ela carregava a vida em seus ombros, de um jeito que parecia não pesar nada. Ela era leve, ainda que fosse viciada em brigadeiro e pipoca.
Estacionei do outro lado da rua e a observei. Ela pegou seu celular no bolso de trás de seu short jeans, olhou para a tela e sorriu. Digitou, esperou e gargalhou. Aquela risada gostosa que ela soltava vendo algum besteirol no domingo a noite, dizendo que era pra receber a segunda-feira bem relaxada. Ela odiava assistir dramas porque ficava triste e dizia que não precisava de comédia romântica porque já tinha a mim. Espero que, agora, ela já tenha outro alguém.
Guardou o celular e puxou então um maço de cigarro. Pegou um, levou à boca e o acendeu. Quando será que ela havia começado a fumar? Não a vejo desde quando nossos caminhos e vontades e gostos começaram a tomar caminhos diferentes. Na faculdade, as coisas começam a mudar e serem do jeito que devem ser, e eu acho que eu não era do jeito que eu deveria ser para estar com ela e nem ela era como deveria ser para estar comigo. E então eu não a vejo desde aí, quando ela ainda tinha vergonha de usar roupa curta por causa das pernas finas e tossia quando sentia o cheiro do cigarro. Mas agora ela fuma tão charmosamente que até me dá vontade de experimentar e exibe suas pernas que continuam finas - mas deliciosamente gostosas.
Seu cachorro dá um latido e eu reparo nele. O Brigadeiro. Dei a ela de presente em algum de nossos aniversários de namoro; fui na feirinha, adotei - porque ela sempre se comovia com os cachorros que procuravam um lar -, coloquei uma fita em seu pescoço e fui encontrá-la. Ela chorou de emoção e o nomeou de Brigadeiro, porque dizia que ele tinha cor de brigadeiro com aquele pelo marrom escuro, mesmo que agora ele já esteja um tanto grisalho. Ele devia estar sentindo meu cheiro, afinal, e eu tive que lutar para não descer do carro e ir brincar com ele. Mas ela então o pegou no colo e entrou no prédio. E, ao fechar o portão, ela parou e olhou.
Não sei se me viu pelo vidro escuro. Não sei se reconheceu o carro mesmo que eu já tivesse o mudado. Não sei se sentiu meu perfume ou se foi alguma dessas coisas paranormais dos mil e um sentidos que a mulher tem. Mas ela parou e olhou para o outro lado da rua, onde eu me encontrava. Ela estática, eu nem respirava.
E aí eu olhei para o seu cabelo diferente, para sua blusa de uma banda que antes ela não gostava, pro short que ela nunca teria usado, para suas pernas que pareciam estar mais definidas. Olhei para o cigarro que se equilibrava entre seus dedos e para cachorro já envelhecido. E ela, que já era outra, olhou uma última vez, sorriu e seguiu seu caminho.
O tempo passou, enfim. O que um dia já existiu, foi embora.
E nós também.
domingo, 22 de março de 2015

Por ficar - pensamentos confusos

Já é final de março e eu continuo sem saber como falar. Mas eu sei, eu sei!, que existe mais alguém por aí que ficou por chorar. Que ficou por sorrir. Que ficou por viver. E apenas sobreviveu esperando abril chegar com seu começo de piada, na esperança de uma brincadeira que fizesse rir.
Fiquei por rir.
E por te ligar pra te perguntar como vai?, o que tem feito?, sinto falta de seus olhos azuis... Por acaso você mudou de ideia e resolveu não se mudar? Me fazer sorrir. Mas março está no fim e ontem eu agradeci por ter te deixado ir.
"Doeu? Claro que doeu."
Mas a gente se acostuma.
E de tanto ficar por me acostumar, me acostumei. E devo dizer que gostei  
[de descobrir que me enganei 
sobre você, porque me ajudou
a esquecer]
Agora já passou.
Deixa minha calça de cor lá porque sei que não gostou. Mas devo dizer que gostei. 
Dia dois eu descobri que, se eu gostei, tá tudo bem. Não é pecado gostar do que faz feliz desde que não faça outro infeliz. E de infeliz já basta eu, então deixe-me sorrir. 
Dia dois fará um mês que descobri isso e vou comemorar. Desce o maço pr'eu fumar.

[Nada como uma rima ridícula 
pra fingir que é poesia.
Pois, agora, sou poeta.]
Nada aqui está prestando.
"- Oxente, minha filha.", meu pai se assustou. Mas eu sei que ele entendeu. Sei que quis dizer "mas tá melhor que eu." Mas não disse. O que mais será que ele não disse? O que será que eu não disse? E deveria ter dito?
O que você deveria ter dito e não disse?
Vamos, março está acabando. Eu sinceramente não estou nem aí para março, nem para abril. Mas 1/4 do ano já se foi e me corrijam se estiver errada - sou de humanas. Mas 1/4 do ano já se foi e o que você deveria ter feito e não fez?
[Ótimo.
Agora está parecendo 
um texto de auto ajuda.]
Me ajudem  - falo baixinho.
Me ajudem pois falo isso mas penso que se dane. Falta muito tempo pro ano acabar.
Falta muito tempo pra flor-da-idade acabar.
Falta muito tempo para (morrer) viver.
[Que clichê.]
Tempo esgotado.

Eu quis ("dizer, você não quis escutar"):
 Você voltando, ao mudar de ideia.
Mas já não quero mais.
Mudar minha crença.
Mas já não quero mais.
Gritar pra todo mundo ouvir...
O que eu queria, o que eu sentia, o que eu pensava, o que eu fazia, o que eu amava.
Mas já não quero mais.
[Não quero mais gritar,
fico bem só no escrever.
Coloquei mais esse verso pr'uma rima eu poder ver]

Por fim, fiquei por ficar. 
E você?
 

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